Fixamente
Mantendo-se no caminho
Não podia olhar para trás
Pelo seu melhor ela o fez
Radiante
Naturalmente
Diante da luz
não sabia a escuridão que a esperava
Inigulável
Desejo
Singelo
Incompreendido
Pensamentos atormentados
pela mente vazia
Em busca do motivo
daquele terror
Almejando tomar o seu olhar
Implorando que não os ouvisse
Na certeza de suas palavras
Ajoelhando-se em prol da escória repugnante
Ao seguir em frente
Retorna ao seu lugar
no passado presente
Estática ouve o som da lira
Imóvel sente o ardor da terra fria
O dia empreteceu
Agora roga pela verdade
Dentre a mitologia grega dos insignificantes
Novamente no mundo dos mortos
Se encontra vagando pelo livro dos dias
onde possa segurar-se em palavras
deturpadas pela música da maldade dos homens
Num lugar infrutífero
Isolada na própria insana mente
Perde-se
Distante da linguagem dos deuses do mal
Permanece, ainda,
Intacta
Crê que chegará, enfim...
até onde possa ver a luz do sol
A descrença no seu amor próprio
torna-se invencível
O que alimenta o amor, sujo e sorrateiro,
alheio
Morre aos poucos
aos seus olhos
Repentinamente
Ela sorri e leva consigo a pureza do que há dentro de si
Envereda pelo caminho que lhe resta
Suicída-se ao som da lira
Some no vento, sem poder escolher,
sem poder falar, sem poder, sem poder, sem poder...

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