segunda-feira, 20 de junho de 2011

MUNDO DOS MORTOS

Fixamente
Mantendo-se no caminho
Não podia olhar para trás
Pelo seu melhor ela o fez

Radiante
Naturalmente
Diante da luz
não sabia a escuridão que a esperava

Inigulável
Desejo
Singelo
Incompreendido

Pensamentos atormentados
pela mente vazia
Em busca do motivo
daquele terror

Almejando tomar o seu olhar
Implorando que não os ouvisse
Na certeza de suas palavras
Ajoelhando-se em prol da escória repugnante

Ao seguir em frente
Retorna ao seu lugar
no passado presente
Estática ouve o som da lira

Imóvel sente o ardor da terra fria
O dia empreteceu
Agora roga pela verdade
Dentre a mitologia grega dos insignificantes

Novamente no mundo dos mortos
Se encontra vagando pelo livro dos dias
onde possa segurar-se em palavras
deturpadas pela música da maldade dos homens

Num lugar infrutífero
Isolada na própria insana mente
Perde-se
Distante da linguagem dos deuses do mal

Permanece, ainda,
Intacta
Crê que chegará, enfim...
até onde possa ver a luz do sol

A descrença no seu amor próprio
torna-se invencível
O que alimenta o amor, sujo e sorrateiro,
alheio

Morre aos poucos
aos seus olhos
Repentinamente
Ela sorri e leva consigo a pureza do que há dentro de si

Envereda pelo caminho que lhe resta
Suicída-se ao som da lira
Some no vento, sem poder escolher,
sem poder falar, sem poder, sem poder, sem poder...

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